De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária – Anvisa, o Brasil é o pais que mais utiliza agrotóxicos no mundo com uma média de 5,5 litros por pessoa por ano. Esse número é mais que o dobro do segundo país neste ranking. Os agrotóxicos ou defensivos agrícolas possuem em sua composição química, princípios ativos que são extremamente prejudiciais à saúde. O excesso de agrotóxicos pode estar relacionado ao aumento na incidência de câncer e de doenças degenerativas na população.
Diante desses dados alarmantes, um grupo de pessoas de Jequié está propondo uma alternativa sustentável aos agrotóxicos: trata-se de um projeto de agroecologia realizado na unidade de saúde da família Giserlando Biondi, na Baixa do Bonfim, iniciado em agosto de 2015.
O projeto prevê a realização de um curso teórico/prático gratuito e aberto a todos interessados, além de mutirões envolvendo a comunidade local e outros interessados, como agricultores e pessoas de diversos movimentos sociais da região. A ideia vem apresentando resultados positivos.
Um espaço da Unidade de Saúde, antes inutilizado e cheio de mato e que servia de depósito para entulho e lixo, se transformou em uma área revitalizada e com várias espécies de plantas orgânicas, como: hortaliças, frutas, leguminosas, plantas medicinais e muitas outras que deverão ser distribuídas gratuitamente na comunidade.
O projeto participou do Prêmio InovaSUS, realizado pelo Ministério da Saúde, Organização Panamericana de Saúde (OPAS) e Organização Mundial da Saúde (OMS), um concurso que tem por objetivo o desenvolvimento e multiplicação das propostas inovadoras que podem melhorar a qualidade de vida da população.
Dentre os mais de 400 trabalhos inscritos, o projeto desenvolvido em Jequié conquistou a segunda colocação do Nordeste, sendo a primeira vez que um projeto desenvolvido no município recebe um prêmio neste concurso.