O mar de lama varreu a comunidade de Brumadinho por conta do rompimento de barragem da mineradora, deixando 115 mortos e 248 pessoas desaparecidas, o que causou enorme dano ambiental e social. Há pouco mais de três anos, uma barragem da mineradora Samarco, de propriedade da Vale, já havia rompido em Mariana, a 200 quilômetros dali, matando 19 pessoas. O dano ao meio ambiente também foi gigantesco. Até hoje, contudo, a Samarco não pagou nenhuma das multas aplicadas a ela pela tragédia, que somam centenas de milhões de reais. Na terça-feira (29) a Vale anunciou que vai eliminar as dez barragens semelhantes às que romperam em Brumadinho e Mariana que ainda existem no país, além das nove que já foram descomissionadas.
Com a tragédia de Brumadinho, a população em geral e, em especial, onde existem barragens, está preocupada e assustada. A preocupação atinge moradores da região Sudoeste, onde também possuem barragens. Estes pedem fiscalização mais rigorosas. A editoria do Blog fez contato com a INB (Caetité), Vanádio (Maracás) e Mirabela (Itagibá).
Segundo informação da INB, as atividades desenvolvidas pela empresa, em Caetité, são fiscalizadas por dois órgãos federais: o IBAMA e a Comissão de Energia Nuclear (CNEN). A barragem de rejeitos da INB tem um monitoramento contínuo da segurança e da estabilidade. “Isso nos tranquiliza e nos permite assegurar a confiabilidade do nosso trabalho. A INB não mede esforços para garantir a segurança do trabalhador e evitar prejuízos ao meio ambiente e as populações vizinhas aos nossos empreendimentos”, afirmou o diretor de Recursos Minerais, Adauto Seixas.
Com relação à barragem de rejeitos de outra unidade da INB em Caldas, em entrevista a EPTV de Minas Gerais, o geólogo e ex-empregado da INB, Hélio Scalvi, afirmou que a estrutura, a quantidade e o tipo de armazenamento das barragens de Caldas são completamente diferentes das de Brumadinho, descartando assim a hipótese de desastres e rompimento de barragens, conforme sua fala: “A barragem de rejeitos da INB é construída com fundação de concreto e todas as pressões são laterais, não havendo, por isso, possibilidade de romper o centro da barragem. Em Brumadinho, as barragens são compostas pelo próprio material, que é mais passível de rompimento. As barragens de Caldas não possuem condições de produzirem rios de lama como Brumadinho”.
A direção da Mirabela, por sua vez, informou que: “A Mirabela Mineração tranquiliza as comunidades próximas à Mina Santa Rita ao ressaltar que a sua barragem de contenção de rejeitos encontra-se em condições normais de segurança. A barragem da Mirabela possui uma metodologia de construção diferente das que romperam. Nossa barragem é alteada por jusante, sendo utilizado mais de 80% de rocha na sua construção, não existindo casos históricos no mundo de rompimento de barragens similares a nossa.
Somos fiscalizados regularmente pela Companhia Baiana de Pesquisa Mineral (CBPM), pelo Instituto do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Inema) e pela Agência Nacional de Mineração (ANM), antigo Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), que exigem a apresentação de relatórios técnicos estabelecidos em lei. Este último órgão realizou vistoria na nossa unidade em agosto de 2018, atestando as suas perfeitas condições.”
Por fim, o presidente da Vanádio de Maracás se solidariza às pessoas afetadas em Brumadinho e tranquiliza a população, informando que: “é importante reforçar que a Vanádio de Maracás adota metodologia construtiva diferente da Vale em Brumadinho e que nossa geração de rejeito é significativamente menor, o que faz com que nosso material seja armazenado em bacias e não em barragem. Queremos também tranquilizar nossos colaboradores, empresas parceiras, comunidades vizinhas e comunidade de Maracás que as bacias são rigorosamente inspecionadas quinzenalmente conforme parâmetros da legislação, que mantemos o relatório que atesta a segurança e estabilidade das bacias devidamente atualizado e adotamos plano de emergência contemplando todas as ações para garantir a segurança das pessoas e do meio ambiente.”