Após denuncia de água contaminada por urânio ter sido vetada em Caetité em reportagem publicada no ultimo sábado (22), pelo Jornal O Estado de São Paulo, com o titulo: –Após denúncia, água contaminada por urânio é vetada em Caetité, o Ministério do Meio Ambiente e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) determinaram a suspensão imediata do consumo da água dos poços da região onde foi constatada contaminação por alto teor de urânio na Bahia.
A decisão de apuração da situação foi ordenada diretamente pela ministra Izabella Teixeira, assim que ela soube da denúncia, informando ainda que a estatal Indústria Nucleares do Brasil (INB) poderá ser multado por omitir informações.
A Assessoria de Comunicação da INB (Rio), enviou nota ao Blog, referente a matéria acima citada para divulgação.
“O poço localizado na propriedade do Sr. Osvaldo Antônio de Jesus, na comunidade de Varginha, no município de Lagoa Real, não está em área de influência das atividades da INB e por isso não é contemplado no programa de monitoramento aprovado pelos órgãos fiscalizadores. As análises foram feitas atendendo a um pedido do próprio morador, não sendo de responsabilidade de a INB determinar padrão de potabilidade da água, abertura ou fechamento de poços.
A quantidade de urânio encontrada no poço situado em Lagoa Real deve-se a características naturais da região compreendida por Caetité, Lagoa Real e Livramento de Nossa Senhora, que é considerada uma província uranífera devido à abundância do minério que se concentra naturalmente em alguns locais, que são classificados pelos geólogos como “anomalias”. É por esta razão que as águas dessa região podem apresentar concentrações de urânio mais elevadas do que em outras, não sendo caracterizadas como contaminação.
O poço do Sr. Osvaldo foi perfurado em local onde existe uma concentração de urânio natural – denominada Anomalia 7 – que não é explorada pela atividade de mineração. A unidade da INB fica a aproximadamente 20 km deste local.
A INB analisa regularmente as águas de diversos poços situados em áreas que podem sofrer alguma interferência decorrente da atividade mineradora. A monitoração ambiental começou a ser feita antes do início das atividades de mineração. O Programa de Monitoração Ambiental Pré-Operacional conduzido pela INB, e continuamente acompanhado e fiscalizado pelos organismos fiscalizadores, CNEN e IBAMA, foi executado de 1989 a 1999 e é através dele que existem registros da radiação encontrada naturalmente na região. Quando a instalação começou a operar, em 2000, as análises continuaram a ser feitas. Os resultados obtidos neste período demonstram que as oscilações encontradas na concentração de urânio se mantêm dentro dos valores obtidos na fase pré-operacional.
Radiação e casos de Câncer
As pesquisas já realizadas em torno desta questão em diversas partes do mundo demonstraram que o urânio natural não contribui para o aumento do número de casos de câncer ou de qualquer outra doença decorrente da radiação do urânio. O urânio está presente na crosta terrestre desde a formação do planeta Terra; a atividade de mineração não aumenta a radiação emitida por esse mineral porque ela trabalha com o urânio em estado natural.
A INB reafirma o seu compromisso com o meio ambiente e com a população que vive no seu entorno, estando sempre aberta a prestar os esclarecimentos necessários, de modo que informações deturpadas não venham a provocar apreensão na comunidade local.”