Uma doméstica de 49 anos alega que recebeu da Farmácia do Povo de Mococa (SP) um remédio utilizado no tratamento de câncer de mama ao invés do necessário, para controlar seu colesterol. Silvana Caetano de Moraes só percebeu o erro depois de três meses, quando foi buscar novamente o medicamento e a atendente informou que os comprimidos dela ainda não haviam sido retirados. A mulher afirma que o uso dos medicamentos errados teve efeito em sua saúde.
Segundo Silvana, há sete meses a médica mudou o remédio que ela toma porque o nível de colesterol estava muito alto. Por ser caro, o novo medicamento é oferecido pela Farmácia do Povo. Ela fez o pedido em junho e no dia 2 de julho o irmão dela foi buscar os remédios.
“Foi prescrito que eu tomasse dois comprimidos à noite, mas todos os dias, após tomá-los, comecei a passar mal, com muita dor no estômago e notei que meu cabelo estava caindo. Tenho câimbras e, às vezes, minha vista escurece”, relatou Silvana.
Segundo ela, exames feitos no inicio do mês mostraram que a diabetes e o colesterol dela estavam altos. “Minha médica perguntou se eu estava tomando os remédios certos e disse que sim. Ainda não sabia que estava tomando o errado”, falou.
Erro
O erro foi percebido no dia 9 de outubro, quando a filha de Silvana foi buscar o restante do remédio. “A atendente da farmácia informou que até então ninguém havia buscado meus medicamentos. Ao chegar em casa, minha filha questionou sobre o fato e estranhei, pois eu já estava tomando ele há 3 meses”, contou.
Com dúvida, a doméstica procurou a farmácia e lá descobriu que o remédio que ela deveria tomar se chama Lipitor (Atorvastatina Cálcica). Contudo, Silvana estava tomando Taxofen (Tamoxifeno). O farmacêutico que cometeu o erro se desculpou e disse que não teria efeito colateral, lembrou ela. A doméstica afirma, no entanto, que seu estado de saúde só piora.
Silvana relata que desde então espera por uma consulta com sua médica. “Liguei lá e expliquei meu caso. Disseram para esperar porque eles vão me ligar, mas já faz quinze dias. Tem dia que não consigo ir trabalhar de tão mal que passo”, lamentou.(G1)