Se a maior crise hídrica dos últimos 90 anos elevou a tarifa de energia neste ano, em 2022 a conta pode ficar ainda mais cara. É o que mostra uma pesquisa feita pela TR Soluções, empresa de tecnologia especializada em tarifas de energia.
Segundo o levantamento, os consumidores de todo o país devem observar uma alta média de 13% nas contas de luz. A crise hídrica dificulta a geração energética a partir das usinas hidrelétricas, que produzem 63,2% da capacidade do Sistema Interligado Nacional (SIN), que abastece as regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste, Nordeste e parte da região Norte.
Para suprir a demanda, o governo federal acionou usinas termelétricas, cuja produção energética é mais cara que a de hidrelétricas. Na Medida Provisória (MP) da privatização da Eletrobras, por sua vez, foi incluído um “jabuti” (norma sem ligação com o tema incluída durante a tramitação de algum projeto legislativo) que obriga a contratação de 8 GW em termelétricas a gás natural de maneira permanente. A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) estima que a construção dessa infraestrutura gere custo adicional de R$ 50 bilhões aos consumidores em 20 anos.
Outra MP, editada pelo governo em 13 de dezembro deste ano, prevê um empréstimo às distribuidoras de energia para bancar medidas emergenciais que garantam o suprimento de energia em 2022. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) divulgou no início deste mês que o valor total dos empréstimos foi de R$ 14,8 bilhões.
Fonte: Isto É