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Cadernos: Por Reinaldo Pinheiro

(Imagem ilustrativa)

Meu primeiro caderno/Não foi o famoso espiral/Quem me dera…! /Era o simples, de grampos/

Forrado com maestria/Por dona Ester Barreto: minha primeira professora! /

Papel de embrulho verdinho/Deu cara nova ao caderninho/

E um ar de doce esperança/Aos meus olhos de criança/Com um lápis de ponta afiada/

Uma borracha branca no extremo/Apagava os meus primeiros erros/

Assim ingressei na magia das letras/Viajando nas linhas retas das páginas/

Atento às curvas das ditas palavras/Minhas mãos ainda pequenas/

Eram firmes no trato da grafia/Ficava desesperado, aflito/

Quando a ponta do lápis quebrava/No cantinho da sala multisseriada/

Refazia em silêncio e com esmero/A ponta do lápis com a gilete de papai/

Não possuía a tão famosa lapiseira/Outros cadernos vieram com o tempo/

Guardando os meus pensamentos/Meus versos molhados de lágrimas/

Dos meus juvenis sofrimentos/O menino que ainda mora em mim/

Continua amando os cadernos/Canetas azuis e lápis número 2/

No meu aniversário, por favor, /Não me deem presente/

Tragam de volta meu passado/Quero um caderno de grampos/

Um lápis verde da Faber Castel/Preciso escrever meus poemas/

Desempenhar enfim, meu papel.

 

Às portas da primavera,

Setembro de 2021

Reinaldo Pinheiro

À memória da querida professora, Ester Barreto; aos colegas da Escola São Jorge, especialmente às irmãs, Evanir e Fátima Almeida.

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