A anistia Internacional lançou uma campanha para pressionar o governo do país a reverter as penas de mortes em outro tipo de punição com a iminente execução de seis pessoas, como o brasileiro Marco Archer Cardoso Moreira, neste final de semana. Marco Archer Cardoso Moreira, de 53 anos, foi condenado em 2004 por tráfico de drogas ao tentar entrar no país com 13,4 kg de cocaína escondidos em tubos de uma asa-delta.
Caso a pena seja cumprida, ele será o primeiro brasileiro executado por um governo estrangeiro. Segundo levantamento da Anistia Internacional, há 160 pessoas no corredor da morte na Indonésia, de 18 diferentes países: além de indonésios e dois brasileiros, há condenados da Austrália, China, Estados Unidos, França, Gana, Holanda, Indonésia, Índia, Irã, Malásia, Nepal, Nigéria, Paquistão, Serra Leoa, Tailândia, Vietnã e Zimbábu.
A campanha da Anistia será divulgada nos mais de cem países em que a ONG atua e a expectativa é conseguir dezenas de milhares de assinaturas apesar do pouco tempo. Espera-se especial repercussão nos países dos seis condenados que devem ser executados no domingo – além de Archer, Rani Andriani (Indonésia), Ang Kim Soei (Holanda), Tran Thi Bich Hanh (Vietnã) e Daniel Enemuo e Namaona Denis (Nigéria). “O caso do Marco (tráfico de drogas) foi um crime não violento.
Nós somos contrários à pena de morte em qualquer situação, mas no caso dele chama a atenção essa desproporção”, afirma o assessor de direitos humanos da Anistia Internacional Maurício Santoro. O governo brasileiro está tentando também interceder junto governo indonésio para que desista de executar Archer neste sábado, mas segundo o Itamarty “não há registro de pedidos de clemência aceitos desde a posse do atual Presidente da Indonésia”.