O governo federal anunciou na quarta-feira (20 ) medidas para tentar estimular o mercado de crédito, que vem perdendo fôlego num momento em que a atividade econômica se mostra cada vez mais fraca
O Banco Central anunciou medidas com potencial para injetar 25 bilhões de reais na economia, enquanto o Ministério da Fazenda tomou medidas para facilitar a recuperação de créditos inadimplentes e impulsionar o financiamento imobiliário.
Entre as medidas está a criação de Letras Imobiliárias Garantidas (conhecidas como “covered bond”), que serão isentas de Imposto de Renda e servirão para melhorar o funding das instituições financeiras que trabalharem neste segmento.
Também foi anunciado que imóveis quitados poderão ser usados como garantia de operações de crédito de qualquer natureza. Segundo o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Paulo Caffarelli, essa ação pode gerar cerca de 16 bilhões de reais em novas operações.
Os bancos também não precisarão recorrer à Justiça para reaver créditos inadimplentes sem garantia até o limite de 100 mil reais e, com garantia, de até 50 mil reais, com o objetivo de fazer deduções tributárias.
O ministro da Fazenda, Guido Mantega, disse que com essas ações, os custos das instituições financeiras serão reduzidos e, assim, os juros e os spreads bancários –diferença entre o custo de captação do banco e a taxa efetivamente cobrada do consumidor final– poderão recuar também.
O Banco Central elevará a partir da próxima segunda-feira de 50 para 60 por cento a parcela do recolhimento compulsório a prazo que pode ser cumprida com operações de crédito, o que abre espaço para liberar 10 bilhões de reais.