O vexame protagonizado pela Seleção Brasileira diante da Alemanha na última terça-feira (8) assombrará uma geração de brasileiros pelo resto da vida. Mas, para um morador de Lins (SP), a derrota já é uma lembrança distante e, daqui a pouco, simplesmente deixará de existir. O aposentado Otávio Aparecido Costa Sanches, de 53 anos, sofre de perda de memória retrógrada e só se lembra de fatos ocorridos há até sete dias.
Para contornar o problema, ele faz centenas de anotações diárias, que vão desde assuntos corriqueiros até tópicos mais marcantes, como o placar de 7 a 1 para a Alemanha. “Hoje [quinta-feira, 10] eu ainda tenho algumas lembranças do jogo, mas a minha impressão é que aconteceu há uns quatro meses, então é tranquilo. Sempre vou saber que teve esse jogo e esse resultado, mas não vou ter a sensação de ter vivenciado. Acho que isso é bom”, afirma.
A anotação a respeito do fatídico jogo é a única sobre o tema a constar em seus diários. “Acho que não me importo muito com isso [Copa do Mundo] porque eu não anotei nenhum jogo, esse foi o único. Mas mesmo com esse problema seria difícil esquecer, porque está toda hora na TV”, brinca.
A “vantagem” de não sofrer com a maior derrota do Brasil na história da seleção é fruto de um drama que já duros dois anos. Otávio conta que o problema surgiu por conta de uma severa intoxicação causada por pesticidas, contraída nos anos em que trabalhou como agente de vetores. (G1)