Motim,greve e etc

Segundo a coluna Tempo Presente do Jornal A TARDE, há quem diga, com muita razão, que a mídia errou feio na cobertura da rebelião da PM por chamar de ‘greve’ um ‘motim’.

A razão se dá por um detalhe: PM é expressamente proibida, pela Constituição, de fazer greve. Se assim o é, a insurreição vira motim, que é desobediência explícita a autoridade instituída, recheada com vandalismo e ataques à propriedade pública e privada (no nosso caso, contra a vida também).

Queixam-se ainda que, diante de fatos tão graves, a ação da justiça tem sido inócua. Marcos Prisco, por exemplo, foi um dos líderes do motim de 2001 e por decisão judicial (nunca cumprida) deveria estar reintegrado. De quebra, liderou o movimento de 2012 e como prêmio se elegeu vereador em Salvador.

Prisco agora está preso, sente o rigor da lei, como se fosse ele só o líder, e não foi. Dizem que é para servir de exemplo e tentar coibir ameaças congêneres que pairam no ar. E só punir como fazem com Prisco basta?

Vamos pôr os pingos nos “is”. Se a PM não tem direito de parar, o Estado também não tem o de montar no aparato institucional para maltratar, da forma como faz, os agentes de uma atividade tão essencial.

Paga péssimos salários numa profissão de alto risco, por exemplo. Aliás, quando era oposição, Lula defendeu o direito de greve dos PMs exatamente com esse argumento.Quando chegou à Presidência, esqueceu.

É ai que a porca torce o rabo.(A TARDE- Tempo Presente)