O Censo Demográfico do IBGE de 2022 mal começou e os recenseadores, responsáveis por obter os dados dos cidadãos em entrevistas por toda a Bahia, já relatam sérios problemas. Desde o dia 1º agosto, quando a pesquisa começou, os trabalhadores afirmam lidar com situações inesperadas como o não pagamento referente ao setor de coletas, a ausência do auxílio-transporte para locomoção e até o pagamento valores abaixo do que era esperado. Em alguns dos domicílios não são atendidos, enquanto em outros a população ouvida não repassa os dados corretamente e diversas questões são citadas na recusa.
Segundo informações dos 12.485 recenseadores recrutados pelo IBGE, quase 600 já foram desligados do serviço em menos de um mês, o que representa 4,6% do efetivo nas ruas. Na capital, um grupo organizado de recenseadores se articula para reivindicar melhorias. No domingo (21), a União dos Recenseadores de Salvador promoveu uma assembleia online para tratar dos problemas que serão apresentados formalmente para o instituto. Caso não obtenha uma solução, a entidade cogita até uma greve dos profissionais, o que poderia parar o Censo.
Aqui em Jequié não é diferente. Entre muitos que pediram desligamento de continuar o trabalho no município, uma recenseadora que prefere não se identificar, falou com a editora do Blog e relatou o seu descontentamento não só com o IBGE, como também, a maneira que estava sendo recebida nos domicílios com agressões e hostilidade por parte dos entrevistados.