Na Bahia de forte tradição na literatura, com eventos já consolidados no segmento, a Festa Literária Internacional de Praia do Forte (Flipf) chega à terceira edição, desta quinta-feira (4) a domingo (7), de volta ao formato presencial e com o objetivo de se firmar como destino para interessados em arte e literatura de todo país.
Idealizada pela Gabiroba Cultural e a Trevo Produções, a festa literária este ano tem na curadoria a jornalista e escritora Joselia Aguiar, baiana radicada em São Paulo. A autora de ‘Jorge Amado – uma biografia’, prêmio Jabuti 2019, acumula experiência na curadoria de eventos como a Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), nas edições de 2017 e 2018, e na direção da Biblioteca Mário de Andrade, entre 2019 e 2021.
Serão 10 mesas com um total de 24 autores e autoras, sendo dois internacionais – a argentina Ariana Harwicz, pela primeira vez no Brasil, e o angolano Ondjaki. Ambos estão divulgando livros novos. Ariana lança ‘Degenerado’, pela editora Instante; e Ondjaki, ‘O livro do deslembramento’, pela Pallas.
A mesa de abertura, nesta quinta-feira (4), vai celebrar a ficção baiana com o encontro de dois autores de gerações distintas que obtiveram êxito nacional, Antônio Torres e Itamar Vieira Junior. Completa a abertura a poeta e atriz Rita Santana, que fará uma leitura especial de textos em prosa e poesia de autores e autoras baianos de várias épocas.
“A programação buscou oferecer temas de interesse para um público bastante misto. Mesmo quem não é leitor assíduo poderá encontrar um autor ou mesa que desperte sua atenção e gosto”, diz a curadora da Flipf, Joselia Aguiar. “Também buscamos reunir autores e autoras de gerações distintas, mesmo dentro de uma mesma mesa, somando visão histórica e olhar contemporâneo”.
Bahia moderna
No ano em que São Paulo celebrou o centenário da Semana de Arte Moderna, o tema que atravessa a programação é o da Bahia moderna, sobretudo a forjada nas décadas de 1950 e 1960. Duas mesas vão tratar particularmente desse tema, com autores e autoras das diversas linguagens.
A primeira mesa, na sexta-feira (5), reunirá uma pioneira da dança na Bahia, testemunha daquela época, Lia Robatto, a poeta, cronista e jornalista cultural Kátia Borges, que estudou a geração literária da Bahia dos anos 1950 e 1960, e Francesco Perrota-Bosch, arquiteto que biografou Lina Bo Bardi, idealizadora, entre outros, do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM).
Ainda em torno do tema da Bahia moderna, no domingo (7), outra mesa trará a discussão da modernidade para o contemporâneo. Reúnem-se o artista visual e curador Ayrson Heráclito, o poeta e letrista Capinan e a jovem cineasta Everlane Moraes, da nova geração do cinema baiano.
Mais discussões
O psicanalista Christian Dunker (SP), a escritora Giovana Madalosso (PR), a artista e curadora Naine Terena (MT), a slammer e produtora cultural Roberta Estrela D´Alva (SP) e os romancistas Raphael Montes (RJ) e Socorro Acioli (CE) são outros dos nomes de fora da Bahia que abrilhantarão o evento.
As mesas avançam por discussões que estão na ordem do dia: vínculos afetivos em tempo de incertezas, literatura e ativismo, saberes locais e produção de arte e cultura, questões da vida urbana e da interação com a natureza, narrativas que saem dos livros e chegam às novas mídias.
No elenco baiano, completam a programação o ator, apresentador e escritor Aldri Anunciação, o poeta e performer Alex Simões, a poeta e artista visual Dolores Rodriguez, o romancista Franklin Carvalho e a professora, pesquisadora e editora Milena Britto, uma das curadoras da Flip 2022.
Fortalecer a festa literária com a comunidade de Praia do Forte é um dos objetivos das idealizadoras desde a criação do evento. Por esse motivo, nasce a mesa que vai reunir, no domingo (7), a artista e curadora Naine Terena (MT) e duas lideranças femininas da arte e cultura locais, a escritora indígena e pedagoga Denizia Kawany Fulkaxó e a produtora cultural Ró de Nuca. No encerramento, um encontro de autores e autoras da programação para contar qual seu livro de cabeceira.
Espaços
Todas as atividades são gratuitas. O Canto da Palavra – Mesas Literárias, que vai contar com a presença de autores internacionais, nacionais e baianos, ocorrerá no Espaço Baleia Jubarte. No Castelo Garcia D´Ávila estarão concentradas atividades mais lúdicas e descontraídas, como Ninho Flipf (Infantil), Multiverso Flipf (Jovem), Feira e palco Rede de Livros (Editoras e autores(as) baianos), Memórias e Rituais Gráficos (Artes Gráficas) e Vila Gastronômica. A organização do evento disponibilizará transporte gratuito entre o Espaço Baleia Jubarte e o Castelo Garcia D’Ávila.
O projeto tem patrocínio do Hiperideal e do Estado da Bahia, por meio do Programa Estadual de Incentivo ao Patrocínio Cultural (Fazcultura), Bahiatursa e Bahiagás, com a realização da Trevo Produções e da Gabiroba Cultural. Conta também com o apoio da Fundação Garcia D’Ávila, Projeto Baleia Jubarte, Prefeitura de Mata de São João e da Turisforte. A programação completa está disponível no site da Flipf (www.flipf.com.br).(Secom/GOV/BA)